Entrevista: Lords of Metal

Entrevista: Lords of Metal

Fonte: Lords of Metal | Tradução: Head up High

Recentemente Floor Jansen e Tuomas Holopainen foram entrevistados pelo Lords of Metal. Segue abaixo a tradução relacionada a Floor Jansen!

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Lords of Metal: Qual foi a pior pergunta que você ouviu nos últimos dias?
Floor: Foi a “Bom, sobre o álbum, você pode nos falar a respeito dele?” Digo, não foi nem uma pergunta ruim, só não foi específica. O nível das perguntas foi bom, então eu diria que a maioria das entrevistas foram muito divertidas.

Lords of Metal: Os últimos dias foram cheios de entrevistas atrás de entrevistas, inúmeras viagens e muita espera. Como você lida com períodos assim?
Floor: Não foi nem um pouco difícil. Eu gosto de falar sobre música e, talvez por causa do meu ego, também gosto de falar sobre mim mesma (ela começa a rir em voz alta). Agora, é sério. É claro que tudo isso exige muita energia porque o que se quer é manter o foco no seguinte: todos os jornalistas devem receber atenção. Mas eu adorei fâze-lo e estou tão orgulhosa do que produzimos neste álbum e é algo ainda muito novo para mim poder falar sobre o primeiro álbum do Nightwish em que eu sou a vocalista. Digo isso porque as pessoas tiveram a chance de ouvir ao álbum antes de uma entrevista, então isso os ajudou a formar uma opinião e nos deu a oportunidade de falar detalhadamente sobre tudo. Além das entrevistas, também é ótimo conhecer todas as cidades pelas quais temos o privilégio de passar, além das culturas diferentes e toda a experiência ao conhecê-las melhor. Eu me diverti muito!

Lords of Metal: Você pode nos contar mais sobre como foi o período entre o final da turnê Imaginaerum e o momento em que você se tornou um membro fixo do Nightwish? Você havia saído de uma fase turbulenta da sua vida e teve de aprender as letras em 48hrs, além de se ver em uma montanha-russa quando, de repente, a turnê havia acabado e você estava lá, de volta a sua casa.
Floor: Na verdade, o segundo álbum do ReVamp foi lançado dois dias após o último show do Nightwish, então eu passei a trabalhar para divulgar o álbum, além de fazer shows com o ReVamp. De um trabalho para outro. No entanto, eu já sabia que o Troy e eu tínhamos nos tornado membros do Nightwish. Antes de me convidarem a ser a nova vocalista, eu tinha decidido que iria apenas aproveitar a turnê o máximo possível e a via como uma ótima experiência. E claro que houveram momentos muito difíceis, mas, quando percebíamos como as coisas estavam indo, conseguimos aproveitar melhor e perceber que o fim da turnê estava logo ali. Foi aí que participamos dos nosso primeiro festival na FInlândia e, após o show, fomos beber um pouco no hotel com outros amigos. O pessoal da banda perguntou se eu e o Troy teríamos um minuto e foi então que ouvimos a frase: “gostaríamos que vocês se tornassem membros fixos da banda”. Foi um momento muito emocionante e lá estava eu, sem palavras e sem saber como reagir. Eu fiquei tão, mas tão feliz que me senti como se fosse a rainha do mundo. E, sim, o anúncio oficial veio meses depois.

nightwish2 Entrevista: Lords of MetalLords of Metal: O que mudou na forma com que vocês compõem as músicas?
Floor: O Tuomas compõe a maior parte. Todos os membros compartilham suas ideias, sugestões de riffs e até de trechos de alguma música. É aí que a banda se reúne ou, por exemplo, que o Tuomas se sente com o Marco para conversar e ouvir algumas das sugestões que um tem a mostrar ao outro. As ideias boas acabam no produto final. O Tuomas é um compositos incrível capaz de produzir letras lindas, então faz sentido que ele tome a dianteira na parte criativa do álbum. Eu nunca senti a necessidade de levar as minhas próprias letras, porque eu adoro as que o Tuomas produz. É uma sensação muito boa a ele gera ao dar liberdade a todos os membros para trabalharem em suas próprias sugestões e composições. Por essa razão, eu me senti capaz de experimentar diversos tipos de canto. Nós conversamos sobre isso ao ponto de debatermos sobre como cantar uma determinada sílaba, o que gera uma sensação de plenitude muito boa ao trabalhar por meio de um processo criativo como esse. Nós já haviamos feito isso durante a turnê. Eu ganhei espaço para mudar algumas formas de cantar e adaptá-las à minha voz, e confesso que eu precisava delas. As antigas vocalistas eram fantásticas, mas eu não sou uma cantora de karaokê. O fato de que pudemos passar um grande período ensaiando nos ajudou a juntar tudo o que havíamos produzido.

Lords of Metal: O que você acha dos temas tratados no álbum?
Floor: É quase o oposto do álbum anterior, que era um pouco mais surreal e fantástico. Este álbum tem uma abordagem muito mais científica, pois ele da evolução e de qual é o objetivo da humanidade e da terra em si após terem resistido por tanto tempo. Vivemos em um mundo impaciente e que muda muito rapidamente. O Tuomas lê bastante e ele adora os livros do Richard Dawkins, do Carl Sagan, dentre outros. Ele acredita que, quando se deseja fugir deste mundo, é melhor analisá-lo antes. Isso me ajudou a me recuperar da minha crise de burnout: ousar observar a forma com que uma colmeia, um formigueiro ou qualquer colônia de seres vivos pensa e funciona. É incrível e me traz muita calma. Vá viver a vida e não fique achando que as coisas simplesmente acontecerão. Você se lembra de quando era mais novo e ficava esperando, economizando os trocados para o novo disco daquele seu artista favorito? Hoje em dia, as coisas simplesmente são lançadas no Spotify. Estas coisas trouxeram grandes inovações, mas nem tudo é bom. Eu apoio a ideia contrária ao aumento das vendas dos vinis. Nós tentamos fazer com que vocês aproveitem mais e melhor a vida de vocês.

Lords of Metal: A presença de dois membros não finlandeses teve algo a ver com a mudança na sonoridade e nas músicas em comparação aos discos anteriores?
Floor: Eu não acredito que isso tenha a ver com a cultura. Somos todos seres individuais. Eu acho que o Imaginaerum foi composto em grande parte por uma sonoridade de orquestra. O novo álbum tem um feeling mais forte de banda que surgiu como resultado do período que passamos juntos nos ensaios trabalhando em cada detalhe que gostaríamos de produzir da melhor forma possível. Além disso, o Nightwish nunca compôs uma música de 24 minutos!

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Lords of Metal: Ser um membro de uma nova banda talvez traga novos objetivos, novos desejos e novos sonhos. Isso é verdade?
Floor: Pra ser honesta, eu não vejo as coisas dessa forma. Já é difícil o suficiente manter o ritmo com tudo o que tem mudado na minha vida. Felizmente, eu ainda tenho os meus pais e a minha irmã comigo. No entanto, ela se casou e, agora, eu sou tia. Isso é ótimo! Eu ainda tenho os meus amigos na Holanda e tudo isso me dá a sensação de ter uma base boa e muito positiva. Por outro lado, basta analisar os últimos dois anos e meio da minha vida: eu fui convidada a ser a vocalista temporária do Nightwish logo após a minha recuperação da minha crise de burnout e tentar retomar o controle das coisas na minha vida, além de estar tentando entender como eu lidaria com tudo o que aconteceu na minha vida naquela época. Eu me apresentei com eles por todo o mundo, incluindo em festivais, e acabei me mudando pra Finlândia, lancei o segundo disco do ReVamp, gravei o novo disco do Nightwish e por aí vai. Eu só quero aproveitar esse momento e não achar que as coisas simplesmente vão acontecer do nada.

Lords of Metal: Floor, você saiu da Holanda e se mudou para a Finlândia. Qual é a diferença cultural entre estes países?
Floor: A diferença está nos detalhes. Se começar a fazer muito frio ou nevar, a população recebe um alerta vermelho na Holanda. Um finlandês comum, no entanto, não se deixa impressionar se os trens não andam por causa da quantidade absurda de neve nos trilhos. Eles estão acostumados com isso e não se aborrecem. A alimentação é diferente, porque eles preferem refeições mais saudáveis e acho que o que eu mais gosto é o hábito de ir à sauna. Os estabelecimentos não estão sempre abertos, como na Holanda, mas eles são mais diretos no diálogo e mostram um humor mais negro e sarcástico. Além disso, eles não ficam bêbados, eles ficam MUITO bêbados (ri alto). Mas, no geral, eu me sinto muito em casa aqui, na Finlândia.

Lords of Metal: Como foram as masterclasses até agora?
Floor: Foram legais! Eu ainda amo ser professora de canto e ajudar as pessoas a melhorar suas técnicas vocais. Eu não tenho mais a disponibilidade para ser uma professora em tempo integral, então as masterclasses são uma ótima oportunidade pra exercer a funlão. As turmas são divididas em duas: as pessoas que começaram a aprender canto agora e as que já são cantoras e cantores experientes. Eu gosto de saber, pelo bem do próprio desenvolvimento artístico deles, a qual grupo cada um pertence e isso funciona na maioria das vezes. A partir desse momento, só há um objetivo para mim: após a aula, os alunos tem de sentir que aprenderam algo que os inspirará a progredir por bastante tempo. Foi assim que eu comecei; Eu dei essas aulas na Holanda, na Inglaterra e na Finlândia, também, mas também tenho mais algumas planejadas. Até agora, todas as vagas para qualquer uma das masterclasses se esgotaram em menos de dois dias. Fica claro que é divertido, mas que também é muito trabalhoso porque eu produto todo o conteúdo da aula sozinha. Eu alugo o local das aulas, cuido da parte financeira, me certifico de que os alunos me enviem uma música etc. Então, talvez seja bom encontrar alguém que me ajude nesse aspecto organizacional.

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Head up High: Sua melhor referência sobre Floor Jansen! 😉

www.floorjansen.com | www.nightwish.com | www.revampmusic.com

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